Tag: bioarte

Óleo sobre tela
167.95 µm × 167.95 µm
No fim de 2008 recebi uma mensagem da netlabel rec72 com a proposta de criar uma experiência visual (=videoclipe) com as imagens do Vida de Bolacha. A trilha sonora seria uma música do álbum “The Scientific Method, Volume II Experiments in Sound Perspective” do Professor Kliq.
Aproveitando o começo de 2009 me aventurei na edição das imagens. Usei o mesmo editor que havia usado no “Vida de Bolacha”, o Open Movie Editor, para Linux. Como nunca precisei de efeitos ou transições mirabolantes este programa deu para o gasto (i.e., importar, editar, inserir gráficos, transições simples, e finalmente exportar sem grandes impedimentos). Agora, para criar uma experiência visual resolvi experimentar efeitos adicionais (frei0r). Escolhi a faixa “Dream Sequence”, pois cria um clima interessante, e fui experimentando.
Gradualmente o vídeo foi tomando forma, eu fui descartando diversas tomadas e selecionando as definitivas, e por fim decidi finalizá-lo. É uma experiência visual, portanto não tem ordem, às vezes fica psicodélico e aquela coisa toda… Depois de alguns problemas técnicos com os efeitos (e com o editor) o resultado foi ao ar no dia 16 de março de 2009. Você pode conferir abaixo:
O que vocês veêm abaixo é a superfície de um óvulo de uma bolacha-do-mar. O nome da espécie é Clypeaster subdepressus e eu utilizo os gametas para estudar seus embriões.
Neste caso, tirei 40 fotos de diferentes planos focais, corrigi flutuações de luminosidade e fiz uma montagem juntando todos os planos numa única foto. Depois disso comecei a brincar com os contornos e o resultado foi isso aí. As cores nada tem a ver com o óvulo original.

Essas fotos foram tiradas no microscópio, já que este óvulo tem menos que 0,5 mm de diâmetro!
Inicio aqui uma série de tópicos visuais, onde colocarei imagens relacionadas com meu trabalho! Um mundo super digital.
Além das fotos mostrando seres esquisitos vou colocar um pouco dos experimentos que faço com minhas imagens. Acho bem legal ficar brincando com essas ferramentas digitais e às vezes passo horas só testando as infinitas possibilidades.
Na maioria dos casos utilizo o GIMP para pós-produção e efeitos artísticos em conjunto com o ImageJ.
O ImageJ é um programa de processamento de imagens voltado para a academia, e está cada vez mais popular e em constante desenvolvimento por dois simples motivos: Ele é livre e conta com uma comunidade razoável de usuários. Isso permite que cada um modifique ou crie plugins de acordo com suas necessidades, e como a ciência é um ambiente colaborativo (ou pelo menos deveria ser), grande parte destas ferramentas estão disponíveis para todos!
Sem mais delongas, a imagem abaixo é uma projeção 3D da superfície de um óvulo de uma bolacha-do-mar sobre a qual falarei mais no próximo tópico.
